* Artigo ao Jornal 30 Diários
Meu filho de 3 anos é uma graça mas, às vezes, teima em não querer escovar os dentes.
Recentemente me ensinaram uma técnica infalível, que consiste em dar opções para a criança. Por exemplo: Quando a criança se negar a escovar os dentes, de-lhe a oportunidade de escolher se prefere o creme dental do homem aranha ou do batman, ou se quer a escova verde ou azul.
Testei algumas vezes e sempre dá certo.
Pensando sobre isso lembrei de uma pesquisa comportamental onde dois macacos recebiam como prêmio um pepino após uma tarefa.
A fruta era a mesma para os dois, e havia grande satisfação após recebê-la como prêmio.
Entretanto quando o pesquisador deu um pepino para um deles e uma para o outro uma uva, aconteceu algo incrível.
O macaco que continuou a receber o pepino não aceitava mais a fruta, pois via que só outro lado da jaula a recompensa havia sido “melhor”.
A primeira história remete a utilização da Liberdade de escolha e a segunda sobre o entendimento de Justiça, as duas como parte integrante do inconsciente coletivo e importantíssimas na formação de nosso intelecto.
Hoje as pesquisas comportamentais (como a do vídeo) mostram cientificamente o que filósofos sempre disseram sobre a importância desses valores para o indivíduo e a sociedade.
Dentro do processo maiêutico de Sócrates, em que as pessoas eram convidadas a elaborar suas próprias idéias com o mínimo de pré-conceitos, trazendo-lhes a liberdade de avaliar o que é necessário à sua vida, somos convidados a refletir sobre as decisões que tomamos automaticamente em nosso dia a dia.
Se até os primatas, por meio do mecanismo de evolução, apresentam esses valores essenciais, por que não exercitá-los conscientemente?
Quantas vezes não delegamos a outrem nossas decisões, quando poderíamos ter escolhido?
Viver é ser livre para poder decidir.
Já pensou sobre isso?